Rabiscar, andar e falar ao telefone

Os desenhos que fazemos quando estamos ao telefone já foram estudados por algumas pessoas, eu aqui apenas apresento mais uma reflexão sobre o assunto!...

Olhando para os ‘rabiscos’ que se faz ao telefone, devo concluir que o Picasso ‘construiu’ assim as suas obras, caindo por terra (passados + de 25 anos após a sua morte) que ele aprendeu aquilo numa escola!
E será que na época do americano Pollock (anos 40/50) já existia telemóvel?
Só podia, pois aquelas telas gigantes ‘pingadas’ não enganam... só ao telemóvel se fazia aquilo! Enquanto conversava com alguém, ele ia gesticulando com um pau mergulhado em tinta plástica acetinada da Cin: ...“epá, vens pela rua 24, sempre a subir, viras à direita, fazes a rotunda e entras na 5ª Avenida, depois é o primeiro bloco à esquerda... é simples! Olha... acabei agora mais uma tela, até já!”

Em Portugal nada me tira da ideia que o Tomás Taveira projectou as Amoreiras e o estádio Alvalade XXI desta maneira... se bem que não era exactamente ele que fazia as chamadas!... Os alunos da Casa Pia também são uns grandes artistas, lá isso são... e em Bragança já têm projecto para construir uma academia de artes!

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E andar? Já repararam aquilo que se ‘anda’ quando se fala ao telemóvel? São quilómetros e quilómetros... e quem paga são as solas!
Quando atendemos o telemóvel dá-nos imediatamente uma grande ‘vontade virtual’ de urinar... pois não conseguimos parar quietos! Parece que acabaram de nos despejar um ninho de formigas nas costas e estamos a tentar livrarmo-nos delas!

Isto é sempre a andar, eu já vi indivíduos atender o telefone em Lisboa, e quando desligaram... estavam em Setúbal, passando a ponte sem dar por isso! Ou então a estória do outro que veio a Fátima a pé, atravessando tudo a direito (sem reparar ou desconfiar) desde Freixo de Espada a Cinta... e isso por culpa de um telefonema dos filhos que estão na França, pois quando ligam falam pela ‘dobra dos braços’!

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Outra coisa é aquela mania de quando se atende o telemóvel, aumenta-se o volume da voz! Será que pensam que estão a F-A-L-A-R no Lux, a meio de um set do DJ Vibe?!
Alguns a falar dessa maneira em Lisboa, nem precisavam de telemóvel, pois o indivíduo receptor apesar de estar no Coimbra... consegue-o ouvir... sem nada, até ao Porto! O gajo em Coimbra atende e ele diz: “ESTÁ LÁÁÁ”... e os espanhóis da ‘raia’: “Quién me está clamando?!”
Depois somos ainda obrigados a ouvir conversas ‘do pior’, e sem interesse nenhum, do tipo: “Pá, vou matar o porco na sexta-feira!” ... ”O quê?! Ele tem uma amante!” ... ”Pá, vou dissolver a Assembleia!” ... “O quê?! A Fátima Preto tem cérebro!”
Enfim, é uma festa!