espaço de reflexão sobre assuntos mais ou menos esquizofrénicos...

março 29, 2005

Parar nas auto-estradas

Se ainda há coisas que me espantam na vida, esta é uma delas!...
Porque é que quando o pessoal vai na auto-estrada, sai logo fora do carro assim que o trânsito fica parado por mais de 10 segundos? Será que pensam que se saírem, aquilo vai andar? Não me parece! A não ser que se ponham ‘à pata’... assim andam!

No outro dia ia na A1, sentido sul/norte antes de Aveiras, quando de repente... tudo parado!
Passado pouco tempo lá estava o pessoal a sair dos carros, tipo: família inteira... cão incluído! Era um fds prolongado de Páscoa, e houve quem trouxesse uma bola de futebol... só faltou começarem a jogar ali no alcatrão, chutando para uma baliza em que os postes eram um Seat Ibiza último modelo, e um velhinho Opel Ascona, de cor vermelha, ainda bem vivinha! Eu já estava chateado por estar parado a ver os (inteligentes) motociclistas todos a avançar por entre as filas, que, se o tal jogo se viesse mesmo a realizar... seria a gota de água, pois como a ‘coisa’ estava posicionada, de certeza que o meu AX ficaria a fazer de... bandeirola de canto!

Mas o que eu acho realmente estapafúrdio nestas situações, são aquelas pessoas que se empoleiram no muro de separação das vias, para ver se vêem alguma coisa lá à frente! Eles fazem isto não para medir o tamanho da fila, ou vislumbrar quando é que esta começa a andar... fazem-no sim para ver se vêem acidente, como bons portugas que são:
-“Olha querida, houve sangue... estou a ver vermelho!”...-”Ohhh Antunes, não vês que aquilo é o Ascona de há pouco... não é sangue”...-“Ok querida, já percebi a mensagem: logo à noite não há nada para ninguém!!!”...

Há ainda aqueles que ligam os quatro piscas e põem-se a andar na faixa de emergência (aquela mais à direita, para ambulâncias, etc), devem pretender fazer querer que vai ali alguma grávida aflita... mas toda a gente vê que ao lado do condutor, vai um velho com pança, sim... mas de vinhaça!

E quando finalmente se começa a andar devagar, (ao fim de 3 horas) há sempre os irritantes condutores que vão constantemente à procura da fila que está, ‘aparentemente’, a andar mais depressa... e então é: direita-esquerda, esquerda-direita, direita-esquerda, esquerda-direita, direita-esquerda... Bem! Das duas uma: ou mamaram uma garrafa de whisky enquanto esperavam, e estão bêbados... ou dentro daquele carro vai o Freitas do Amaral...

março 16, 2005

Bio-Danone e Prazos

Há tempos foi exibido na televisão um anúncio aos iogurtes Bio-Danone em que uma miúda dizia: “Com o organismo desregulado fico inchada”... bem, e parece que com este lacticínio aquilo passava-lhe!... Pergunto: não era bom para ela estar (e continuar) inchada, principalmente da cintura para cima?! Vá meninas, pensem bem... deixem lá o Bio-Danone, que isso é só ‘porcaria’! Façam como a Pimpinha Jardim, que começou a tomar outros derivados do leite!
O importante é que estejam dentro do prazo de validade!
... ...
Prazo de validade... no outro dia cheguei à conclusão que esta estória do prazo de validade nos alimentos é uma coisa muito estranha! Mais estranha ainda que fazer explodir carros só por não terem matrículas!
Vejam bem: uma lata de atum comprada hoje, tem um prazo de validade até 2010 (!!!)... mas quando a abrir-mos, não dura mais de 6 dias no frigorífico! Isto só é comparável ao trabalho que é conquistar uma rapariga: andamos ali, uma data de tempo... até que finalmente lá conseguimos... e aquilo não dura nem 6 dias!... O Santana andou ali, (por outros lados) uma data de tempo... até que finalmente lá conseguiu... e aquilo não durou mais que 6 meses!!!...

E como é que os cientistas descobrem o dia/mês em que vai acabar a validade do alimento?... Estudam a fundo o ar/ambiente dentro do frigorífico? Investigam o comportamento dos micróbios que se alojam na luz de presença? Observam o crescimento dos ‘verdetes’ e fungos das borrachas da porta?... Ou analisam a varejeiras que entram de vez em quando?!... ...
Acho que os alimentos não se deviam estragar tão facilmente, pois assim podia-se fazer um prato que se gostasse muito, (numa dose aí para 600 Fernando's Mendes) e andar a comê-lo uma data de anos, tipo: -“Queres vir lá jantar a casa? Tenho lá o bacalhau com natas que comemos no dia a seguir que o Benfica foi campeão nacional... ou campeão europeu... olha já não sei! Bora lá... que ainda se estraga?!”
Tomem cuidado...

março 07, 2005

Falar 'estrangeiro'

O meu amigo Marco Gonçalves chamou-me a atenção para um facto importante:
Só existem duas línguas para o cidadão Português comum: o português e o... ‘estrangeiro’.
É verdade, nunca ouviram isto:
-“Pá, o que é que ele estava a dizer na televisão?” ... -“Não sei, estava a falar em ‘estrangeiro’!”... -“O filho do Silva é que fala bem ‘estrangeiro’, já é Doutor Licenciado!”...

Para o cidadão Português comum, outra língua que não a nossa... é ‘estrangeiro’, independentemente dessa língua ser russo, francês, letão, tetum ou a da Paula Bobone! Não percebem o que se diz... é ‘estrangeiro’!
-“Pá, os meus filhos estão-me sempre a ‘lixar’, falam ‘estrangeiro’ entre eles, que é para eu não perceber... vou-lhe cortar a ‘mesada’!” ...

O jornal Público é um exemplo do escrever bem ‘estrangeiro’... principalmente as crónicas do Eduardo Prado Coelho, que ninguém percebe! E nem vale a pena perceber... é como se ele estivesse a falar ‘estrangeiro’ para uma manequim loura, ou para um velhote que não pôde concluir a 4ª classe, por ter de ir pastar cabras aos 9 anos!

Também é comum confundir e atribuir palavras que não se entendem a medicamentos, bastando para isso dizer-se alguma coisa em ‘estrangeiro’, tipo: “tank you”... e eles percebem sempre outra coisa:
-“E esse medicamento é bom para quê? Para o ardor no c*?!”

As placas que vemos em exposições a dizer: [NÃO MEXER] devem estar escritas em ‘estrangeiro’, pois pessoal mexe sempre! Mas é estranho, pois as que estão em bancos de jardim a dizer: [PINTADO DE FRESCO] aí o pessoal entende-as bem, até podiam estar escrito mesmo em... ‘estrangeiro’!
Mas se a coisa for: [CASADOS DE FRESCO] - escrito atrás no automóvel - aí volta a ser ‘estrangeiro’... e mexe-se... desde que o noivo não veja ou saiba!!!

As mulheres que o Taveira ‘apanhava’ só falavam esta língua, pois elas bem que se queixavam, mas para ele aquilo era ‘estrangeiro’... não as entendia... mesmo com Mestrado tirado em Chicago!

Se eu chegar junto de algumas pessoas que conheço, e começar a recitar a primeira estrofe dos Lusíadas um pouco mais depressa... «As-armas-e-os-barões-assinalados-que-da-ocidental-praia-Lusitana-por-mares-nunca-dantes-navegados-passaram-além-da-Tapobrana»... eles dizem:
-“Eh pá, ó Bruno, deixa-te lá de ‘manias’... pára de falar ‘estrangeiro’ e começa a falar na ‘língua de Camões’!
Tsss Tsss Tsss... ...